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quarta-feira, 21 de novembro de 2012



O DIA DA REFLEXÃO

 

Poucas vezes nos damos conta de que “criaram” um dia “especial” a todos que são, ou foram, discriminados, massacrados ou execrados.

Criaram o Dia da Mulher, para que os “bons homens” lucrem com a venda de seus produtos, ao mesmo tempo em que dormem tranquilos por terem criado um dia especial ao seu sexo oposto e, segundo sua visão, sexo frágil, por isso discriminado.

Criaram o Dia do Índio, para que os “bons colonizadores brancos” tenham a chance de se redimir diante de suas futuras gerações. Contam, aos seus filhos e netos, histórias e lendas maravilhosas de civilizações indígenas que eles próprios ajudaram e ainda ajudam a exterminar.

Criaram o Dia do Soldado, para que os “bons generais” durmam o sono dos justos sem o incômodo pesadelo de saber que milhões de soldados morrem em batalhas arquitetadas por eles.

Criaram o Dia do Trabalhador, para que os “bons patrões” demonstrem solidariedade e humanidade à todos que, por eles, são explorados.

Tentaram criar “o Dia do Negro”, mas, com muita sabedoria, os negros mudaram o nome para: Dia da Consciência Negra, ou seja, não é necessário criar “um dia” para tentar amenizar séculos de sofrimento e discriminação. Consciência é o atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade. É ter noção e senso de responsabilidade.

O dia em que todos os massacrados e discriminados se conscientizarem, não teremos mais o dia da mulher nem o dia do homem; Não teremos o dia do índio nem o dia do colonizador; o dia do soldado e o dia dos generais; o dia do trabalhador e o dia dos patrões. Teremos um único dia para refletir sobre massacre, discriminação e hipocrisia do ser humano.

Quem sabe, esse dia possa ser o Dia da Reflexão.

 

Texto: Gisele Carvalho

 20/11/2012


 

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