O
DIA DA REFLEXÃO
Poucas vezes nos damos conta de
que “criaram” um dia “especial” a todos que são, ou foram, discriminados,
massacrados ou execrados.
Criaram o Dia da Mulher, para que
os “bons homens” lucrem com a venda de seus produtos, ao mesmo tempo em que
dormem tranquilos por terem criado um dia especial ao seu sexo oposto e,
segundo sua visão, sexo frágil, por isso discriminado.
Criaram o Dia do Índio, para que
os “bons colonizadores brancos” tenham a chance de se redimir diante de suas
futuras gerações. Contam, aos seus filhos e netos, histórias e lendas
maravilhosas de civilizações indígenas que eles próprios ajudaram e ainda
ajudam a exterminar.
Criaram o Dia do Soldado, para que
os “bons generais” durmam o sono dos justos sem o incômodo pesadelo de saber
que milhões de soldados morrem em batalhas arquitetadas por eles.
Criaram o Dia do Trabalhador,
para que os “bons patrões” demonstrem solidariedade e humanidade à todos que,
por eles, são explorados.
Tentaram criar “o Dia do Negro”,
mas, com muita sabedoria, os negros mudaram o nome para: Dia da Consciência
Negra, ou seja, não é necessário criar “um dia” para tentar amenizar séculos de
sofrimento e discriminação. Consciência é o atributo pelo qual o homem pode
conhecer e julgar sua própria realidade. É ter noção e senso de
responsabilidade.
O dia em que todos os massacrados
e discriminados se conscientizarem, não teremos mais o dia da mulher nem o dia
do homem; Não teremos o dia do índio nem o dia do colonizador; o dia do soldado
e o dia dos generais; o dia do trabalhador e o dia dos patrões. Teremos um
único dia para refletir sobre massacre, discriminação e hipocrisia do ser
humano.
Quem sabe, esse dia
possa ser o Dia da Reflexão.
Texto: Gisele
Carvalho
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